Recrutamento e Seleção: promovendo desenvolvimento social

by celiamfconsultores

Ao elaboramos o perfil de competências de um determinado cargo, especificamos não apenas habilidades técnicas, mas, cada vez mais, definimos conhecimentos e saberes que desejamos ver nos candidatos, além de formas de agir e de ser e, as experiências vividas que vamos pesquisar nos aspirantes à posição. Como acreditamos que a forma que assume o perfil de competências vai influenciar as escolhas dos jovens, e até mesmo o currículo da escolas, recomendamos que é preciso entender o alcance desta  atividade no âmbito da sociedade. Trata-se de um convite para olhar a questão do recrutamento e seleção a partir dos stakeholders, em especial os jovens que futuramente vão preencher os quadros profissionais das empresas.

No que diz respeito às habilidades técnicas para o exercício da função, não podem ser substituídas: o perfil de um cargo que exija familiaridade com cálculos e planilhas, deve incluir o domínio de determinados softwares e conhecimentos de ciências exatas. O perfil do cargo de um farmacêutico responsável técnico perante os órgãos fiscalizadores, não pode dispensar uma formação em farmácia. Nesse aspecto podemos dizer que as empresas não têm influência direta sobre a escolha da profissão, sendo talvez o maior ou menor desenvolvimento do setor o que leva o jovem a optar por esse ou aquele curso.

Nossa responsabilidade maior se dá no âmbito dos conhecimentos complementares e das experiências vividas incluídos nos perfis. Quando o jovem sabe que as empresas desejam pessoas que exerçam um trabalho voluntário, procuram desde cedo oferecer seus préstimos a um projeto social ou a uma ONG, e com isso não somente cumprem um requisito de seleção, mas tomam contato com uma realidade diferente da sua, exercitando cidadania. O desejo da empresa que pode estar relacionado com competências específicas desejadas num cargo, tem uma influência extremamente positiva nos jovens e para a sociedade. E no sentido de facilitar a entrada dos seus alunos nas empresas, muitas faculdades proporcionam contato com o trabalho voluntário. Bom para a empresa, para o jovem, para a faculdade e para a sociedade: um circulo virtuoso. Quando as empresas buscam pessoas capazes de trabalhar em equipe, as faculdades incluem disciplinas sobre o reconhecimento dos outros e das diferenças entre as pessoas, favorecendo aos alunos a identificação das diferenças como um ponto positivo, contribuindo para reduzir a discriminação que é sem dúvida uma das matérias-primas da violência. Mais uma vez, bom para as empresas, para as escolas, para os indivíduos e para a sociedade.

Fica então o convite para que aqueles que desenham os perfis de competência conscientes da sua importância prossigam colaborando com o desenvolvimento social.

Célia Marcondes Ferraz
Artigo publicado originalmente na Revista Profissional e Negócios.